Em 2013, a falta de pagamento da conta da água somou dívidas superiores a 559 milhões de euros, o valor mais alto dos últimos três anos. A maior fatia será das autarquias.
A dívida dos clientes da Águas de Portugal atingiu, em 2013, um valor superior a 559 milhões de euros, o que representou um crescimento de 77% em comparação com os números de 2010, quando atingia os 315,7 milhões de euros.
De acordo com os dados da empresa pública, divulgados nesta quarta-feira, embora elevada, a dívida registada no ano passado cresceu a menor ritmo entre 2012 e 2013 (1%), fruto dos acordos de pagamento feitos com as autarquias e da execução do Programa de Apoio à Economia Local (PAEL). Em 2012, a dívida somou 555,2 milhões de euros, o que significou uma subida de 27% face ao período homólogo. Daquele valor, 419,5 milhões dos quais da responsabilidade dos municípios.
O PAEL foi criado por lei a 28 de Agosto de 2012 para facilitar a regularização dos pagamentos em falta de municípios a fornecedores, vencidos há mais de 90 dias e desde que registados na Direcção-Geral das Autarquias Locais.
Em comunicado, a Águas de Portugal sublinha que o ano de 2013 fica marcado pela redução da dívida líquida consolidada, em 100 milhões de euros, para um total de 2544 milhões de euros. O resultado financeiro ultrapassou os 26 milhões de euros e o resultado líquido consolidado cresceu 12%, cifrando-se nos 104,7 milhões de euros.
O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), também aumentou (3%) para 367,3 milhões de euros, uma melhoria que, refere a empresa, “resulta essencialmente do aumento do volume de negócios” de 816,2 milhões de euros (mais 3,1% face a 2012).
“O conjunto de medidas aplicadas nos últimos dois anos no âmbito do programa de redução de custos é uma das alavancas para os resultados alcançados, destacando-se a redução do rácio entre o total de custos operacionais e o volume de negócios implicando uma poupança de 34 milhões de euros em actividade comparável com 2012”, indica a Águas de Portugal.
No ano passado, o número de trabalhadores reduziu quase 5% no âmbito de um programa de rescisões amigáveis. Há “desafios” por resolver como o do nível do défice tarifário acumulado, de 564 milhões de euros no final do ano.
Em 2013, o investimento totalizou 162,4 milhões de euros, aplicado na maioria à construção de infra-estruturas de abastecimento de água, ao saneamento de águas residuais e ao tratamento de resíduos sólidos urbanos.